quarta-feira, 16 de março de 2011

Entrevista com Rodrigo Branco - Conselho Editorial da Revista UFO


Entrevista com Rodrigo Branco - Conselho Editorial da Revista UFO
Por Administrator
19 de julho de 2007




Rodrigo Branco – Radialista, membro do Conselho Editorial da Revista UFO.


1. Porque você começou a se interessar pela ufologia? Quanto tempo você milita na ufologia?

Por viver em um ambiente propício ao assunto onde se contavam histórias de aparições de UFO's e até mesmo abduções, por parentes e vizinhos, ainda em minha infância. Estávamos na década de 80 e o sucesso de filmes como Contatos Imediatos, Hangar 18, ET, e seriados como V – A Batalha Final, faziam com que o tema estivesse em alta.
Cresci em Santos (SP) ouvindo histórias ocorridas em Peruíbe (litoral sul) e no interior do estado. Nosso litoral possui vários dos casos mais clássicos da Ufologia brasileira, como o do Forte Itaipú, na vizinha Praia Grande, a explosão de um UFO em Ubatuba e o contato de João Guimarães, em São Sebastião (ambos no litoral norte), além de ser rica em casos de avistamentos e lendas folclóricas.
Assim, ainda no início da adolescência já procurava por literatura ufológica, 'descobri' a Revista UFO e logo comecei a freqüentar palestras. Algum tempo depois conheci o pessoal do GUG – Grupo Ufológico do Guarujá, bastante ativo na região, a partir do qual foi surgir em 2000 o GEUBS – Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada
Santista, que ajudei a criar ao lado do amigo Wallacy Albino. Com o grupo promovemos 4 grandes eventos com a presença dos principais pesquisadores do Brasil, além de dezenas de reuniões e palestras, entrevistas em jornais, revistas e programas de televisão. Ainda em 2000 tive meu primeiro texto publicado na UFO, tendo sido convidado pelo Gevaerd à fazer parte da equipe de consultores da revista em 2003.


2. Em sua caminhada no GEUBS qual foi a experiência ou pesquisa que mais te tocou?

Desde que surgiu o GEUBS não tivemos ocorrências expressivas na região, além dos habituais e constantes avistamentos de UFO's e alguns interessantes relatos de avistamentos de estranhas criaturas atribuídas ao Chupacabras, devidamente registradas pelo amigo Carlos Alberto Machado que desenvolvia profunda pesquisa sobre estes casos e os registrou em seu excelente livro 'Olhos de Dragão – Reflexões para uma nova realidade'.
No entanto saliento duas ocorrências importantes acontecidas pouco antes da formação do grupo, pesquisadas pelo GUG e que acompanhei de perto. A primeira foi o pouso de um 'objeto', na realidade uma aeronave de origem desconhecida, em uma ilhota no rio Piaçabuçu, a não mais que 2km da área urbana bastante movimentada da cidade de São Vicente, em 1995. Esta ocorrência foi acompanhada 'inloco' pelos experientes e respeitados pesquisadores dos grupos GEONI e INFA (Claudeir Covo), que constataram no local a existência de marcas deixadas impressas no solo por algum tipo de trem de pouso da aeronave, além da vegetação amassada e desbotada. Foram colhidos moldes em gesso destas marcas, além de depoimentos dos humildes pescadores testemunhas dos fatos. Este caso ocorreu bem próximo ao Forte Itaipú, do Exército Brasileiro, onde em 1957 dois soldados foram 'queimados' por uma espécie de luz emitida por um UFO. (http://www.infa.com.br/o_caso_forte_itaipu.html)

Outro caso que ganhou destaque foi o do objeto que teria causado a queda do avião Tucano, da Esquadrilha da Fumaça, em 1996, na praia de Itararé, também em São Vicente. Este caso mostra em vídeo um inquestionável objeto esférico de origem desconhecida passando rente à asa do avião milésimos de segundos antes de ela se partir de forma até hoje não explicada pela FAB.


3. Quais foram os programas de rádio que você apresentou sobre o tema UFO? Quais as emissoras que transmitiam este programa? Dá uma palinha para gente de como era este programa?

Nosso programa de Rádio, Contato UFO, surgiu em 2000, pouco após formarmos o grupo e passou por duas emissoras, Exclusiva e Sol Maior FM. Abordávamos a Ufologia de forma geral, contando casos clássicos, novas ocorrências, divulgando eventos e entrevistando convidados.
Entre eles foram ouvidos no programa alguns dos principais pesquisadores do país, tais como Ubirajara Franco Rodrigues, Marco Antônio Petit, Claudeir Covo, A.J. Gevaerd, Rafael Cury e diversos outros.
Com o sucesso no rádio, o programa passou a ser apresentado na televisão por um canal transmitido via cabo, Baixada 10. Após algum tempo o nome foi alterado para Fenômenos & Mistérios (TV Haarcord) e continuou apresentando a Ufologia como um todo, além de assuntos correlatos, para o litoral, ABC paulista e parte da cidade de São Paulo. Ainda tivemos uma terceira fase do programa que foi a transmissão ao vivo via internet, pela TVDL, onde recebemos retorno de todo o país e inclusive de espectadores no exterior. Os programas existiram até 2004, porém antes do início em 2000 já abordava Ufologia nas rádios em que trabalhei (desde 96) e continuo fazendo ainda hoje, sempre que possível.


4. Quais são os seus casos prediletos na ufologia? Justifique sua resposta.

Sem dúvida os acontecidos no Brasil, afinal temos condições de conhecer melhor detalhes importantes, principalmente aqueles que envolveram testemunhas militares. A Operação Prato é inquestionável, a revoada de UFO's em Maio de 1986, o Caso Varginha, os já citados Forte de Itaipú e Queda do Tucano da Esquadrilha da Fumaça. Todos estes casos possuem aspectos que não se podem refutar com explicações prosaicas. Citaria ainda o caso do Vasp Vôo 169 e o avistamento do piloto gaúcho Haroldo Westendorff, lembrado de um caso mais recente.


5. Você modera uma comunidade no ORKUT sobre ufologia. Quais são as dificuldades que você encontra no dia a dia para realizar esta tarefa?
Você gosta do conteúdo dos debates que acontecem na comunidade da Revista UFO?

Na realidade eu moderei a comunidade por mais de dois anos (a comunidade foi criada pelo próprio Gevaerd em 2004 e transferida para mim algum tempo depois) mas preferi me distanciar um pouco da função, pois alguns não sabiam separar minhas opiniões particulares da função de moderador e acabavam partindo para ataques pessoais. Atualmente a moderação é compartilhada por uma equipe de colaboradores que dedicam parte de seu tempo para manter a comunidade funcionando bem. Até porque sou membro do conselho editorial da UFO, mas não sou um funcionário, não trabalho para a revista, possuo opiniões que podem contrariar outras publicadas por ela e é bom que exista esta separação.

As dificuldades de se moderar uma comunidade destas é a falta de preparo e conhecimento do público em geral. São poucos aqueles que conhecem mais a fundo o assunto e assim são inevitáveis as piadas de sempre, as velhas opiniões sem embasamento, as mesmas perguntas repetidas há décadas e etc. Também existem aqueles que acreditam já saber tudo sobre o assunto e tentam explicar qualquer coisa à partir de suas opiniões pessoais e explicações banais, sem qualquer embasamento e demonstrando desconhecer os detalhes mais profundos dos casos. Outros leram alguns artigos na própria internet, assistiram documentários do Discovery Channel e já se julgam capazes de questionar casos que há décadas desafiam a razão de pesquisadores de diversas áreas. Isto é um problema, pois esta banalização afasta das comunidades justamente aqueles que mais teriam a contribuir para o conhecimento geral.
Sendo assim, não posso dizer que gosto dos debates pois são superficiais, no início tivemos discussões mais proveitosas, mas de algum tempo para cá o nível caiu devido à falta de bom senso de alguns. Ainda assim vez ou outra temos debates interessantes.


6. Qual a sua opinião sobre casos de contatos imediatos do segundo e terceiro grau? Existe algum caso destes tipos que te convenceu plenamente? Caso positivo, cite os casos, e caso negativo, diga o porquê que estes casos não te convenceram.

Contatos são uma parte bem mais delicada da Ufologia pois normalmente não envolvem aspectos mensuráveis como aparições de UFO's. Considero alguns casos de abdução confiáveis, ainda que não me convençam
plenamente, diferente de casos em que pessoas dizem terem sido contatadas por alienígenas com algum tipo de mensagem à humanidade. Estes casos descarto por completo.
Entre os diversos casos clássicos de abdução no Brasil, os casos Tasca e Onílson Pátero possuem detalhes interessantes. Lembro ainda de Villas Boas e Baependi. Já no exterior, o caso de Travis Walton possui elementos que não podem ser descartados, afinal foram 6 testemunhas que passaram pelos testes contando exatamente a mesma história, além de outros detalhes consideráveis.


7. No início do ano foi publicada uma matéria que no Chile seria aberto o primeiro curso universitário sobre ufologia, você acredita que esta universidade vá adiante? Você consegue enxergar um campo profissional para profissionais formados em ufologia?

Pode ir adiante se administrado com critério e seriedade, caso contrário cairá no descrédito, é muito importante saber separar os aspectos da Ufologia dignos de nota. Para um curso com este são poucos que resistem.
Eu não vejo a Ufologia como profissão, talvez como uma carreira de pesquisa subsidiada pelo governo com fins científicos, mas não no campo privado.

8. Como você vê atualmente a pesquisa ufológica no Brasil? Você gosta da pesquisa de campo? Conte-nos um pouco de sua experiência neste setor da ufologia.

Vejo com certa preocupação, haja visto que poucos trabalhos novos surgiram nos últimos anos. No entanto esta escassez de novos trabalhos também é reflexo da diminuição de casos com maior conteúdo.
Eu acredito que a pesquisa de campo é parte fundamental do complexo trabalho de investigação ufológica, que deve ser multidisciplinar.
Porém esta parte da investigação depende de uma manifestação mais próxima do fenômeno, o que parece ter diminuído bastante ultimamente.
Particularmente não tenho experiência nesta área, acompanhei pesquisas de colegas, estive em alguns locais de ocorrências, conversei com testemunhas, mas nunca desenvolvi minhas próprias pesquisas em campo.

9. Em sua opinião qual será o futuro da ufologia? Para você a ufologia no futuro tende a crescer ou tende a desaparecer?

Depende da continuidade da manifestação do fenômeno. Sabemos que esta manifestação é cíclica, em determinados momentos ganha intensidade e em outros diminui. Acredito que a tendência seja por uma Ufologia cada vez mais especializada, acabou a época romântica onde se defendiam os casos com paixão, o futuro será de maior equilíbrio e isenção. Mais do que nunca a Ufologia tende a se aproximar da Ciência e assim ganhar respeito nos meios acadêmicos e da sociedade de forma geral. Mas para isto é preciso maior critério e bom senso com palavras e opiniões.
Ainda assim o fenômeno em si determinará o futuro da Ufologia, uma vez que se este aumentar em intensidade ela crescerá junto, mas se esta manifestação chegar a tal ponto que possamos enfim esclarecer sua origem, então a Ufologia não terá mais porque existir. Honestamente eu gostaria de ver este dia chegar.

10 Por favor, deixe uma mensagem para o site do CUB e para a comunidade do CUB. Nosso pessoal gosta de receber mensagens de ufólogos e pessoas ligadas com a ufologia, portanto fale o que você quiser para nossos leitores.

Bem, primeiramente que Ufologia não deve ser encarada com um hobby que serve para distrair nas horas vagas. Estamos lidando com algo que está além de nossa compreensão e deve ser encarado com a devida seriedade.
Estude e se aprofunde no assunto, antes de mais nada aprenda a tirar suas próprias conclusões, não se deixe influenciar por respostas prontas, tanto para os que querem acreditar na realidade alienígena em nosso planeta, como aqueles que querem negá-la à qualquer custo.
Depois saiba respeitar aqueles que estudam o tema a mais tempo que você, os que dedicam anos de suas vidas atrás de respostas e se expõem divulgando suas descobertas e conclusões. E somente imponha sua opinião se de fato souber do que está falando, antes de opinar sobre um assunto procure se informar sobre ele. Em nosso país a Ufologia é feita por pessoas que batalham com seus recursos próprios, sem nenhum tipo de apoio como existem em outros países ou estrutura adequada.
Assim muito do que temos se deve a poucos que se esforçaram para conquistar espaço e respeito. Portanto antes de acreditar e repetir acusações levianas de qualquer tipo, procure se informar sobre a história e o trabalho de cada um. Bom senso é o segredo para encontrar o discernimento necessário neste meio.
Para encerrar, duvide sempre de tudo que pareça fantástico, mas não esqueça que estamos em um universo composto por um número incalculável de possibilidades, que mal começamos a compreender o funcionamento deste universo e não podemos negar aquilo que está além de nossa compreensão.

Rodrigo Branco – Radialista, membro do Conselho Editorial da Revista UFO.

Última Atualização ( 20 de julho de 2007 )

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